Shibari: conheça a prática japonesa que amarra o parceiro para dar prazer

Conhecido atualmente como uma técnica erótica, o Shibari pode ser definido como uma brincadeira adulta que os entusiastas de BDSM (um acrônimo para Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão e Sadomasoquismo) consideram parte dos preliminares do acto sexual. Mas ela não surgiu apenas para dar prazer, muito pelo contrário. As suas origens históricas são da época do Japão medieval. A técnica era utilizada para a contenção de prisioneiros comuns e criminosos de guerra. Como havia pouco metal no país, destinado apenas para a confecção de espadas, usava-se cordas.

Com o tempo, as amarrações foram aperfeiçoando-se até se transformarem em uma prática de tortura, os japoneses descobriram que, ao apertar determinados pontos do corpo do inimigo, era possível provocar uma dor tremenda. Com a diminuição dos conflitos no país, o Shibari migrou para o teatro e, depois, para os quartos de casais aventureiros. “As técnicas usadas no BDSM estão muito ligadas ao princípio de encontrar prazer na dor. Com o Shibari, não é diferente”, diz Toshi-San, praticante de Shibari, que promove workshops para ensinar a técnica a iniciantes.

Além da imaginação A explicação para encontrar prazer na dor está na própria fisiologia e na mente de quem vai ser dominado e amarrado. Primeiro, a pessoa é envolvida pela expectativa do que vai acontecer. Em seguida, o medo, o stress e a ansiedade fundem-se o que pode propiciar um orgasmo intenso.

Tive experiências maravilhosas com o Shibari, desde o momento em que o dominador fecha a porta do quarto e começa a procurar as cordas na mochila até muito depois de ser desamarrada. Sinto uma enorme excitação provocada pelo clima tenso, conta uma praticante de BDSM. São vários sentimentos e sensações diferentes ao mesmo tempo, como o arrepio na pele a sensação de ter superado o medo inicial e aprender a expandir os limites do corpo. Por fim, vem a sensação de aconchego e calma deliciosa, fala a praticante.

Sensualidade e beleza – No Shibari, a estética é valorizada. Os nós devem ficar firmes, seguros, mas também bonitos de se ver. É preciso destreza no manuseio das cordas e muita paciência. Alguns praticantes, inclusive, preferem não misturar o Shibari com o ato sexual. “É muito delicado e eu consigo sentir prazer apenas sendo amarrada. A sensação é indescritível, me sinto entregue e relaxada, não presa. É como se fosse um transe, quando a mente parece sair do corpo. As sensações se intensificam, toques leves parecem explosões na pele. Como sou masoquista, a dor gera muito prazer em mim”, conta uma, entusiasta das práticas BDSM.

Mãos às cordas – O Shibari exige pouco material, cordas, tesoura de ponta romba (usada em primeiros socorros) e água. A água é para que a pessoa beba caso baixe a pressão arterial. As cordas de fibras naturais, como juta e algodão, com espessura de 6 a 8mm, são as mais indicadas. Por segurança, não é recomendável que a corda seja passada no pescoço ou na cabeça, sob risco de causar algum acidente.

Corda Darkness Shibari Juta 10M

Nas mulheres, deve ser passada acima ou abaixo dos seios, nunca em cima deles. Ao primeiro sinal de que o parceiro dominado está sentindo algum tipo de mal-estar, como dormência nos membros amarrados ou tontura e sensação de claustrofobia, desate os nós e termine a prática. É preciso monitorizar a cor e a temperatura da pele de quem está sendo amarrado, a pressão constante sobre um membro restringe a circulação de sangue e pode causar danos.

O tempo amarrado pode variar de alguns minutos até uma hora, tudo depende de quantas amarrações e posições a sessão terá. O descanso é importante para completar o prazer sentido pelos praticantes

É possível aprender alguns nós em tutoriais na internet e sites especializados (comece pelo nó direito). Em workshops presenciais, porém, a aprendizagem é melhor. Lá são abordados temas como segurança, anatomia do corpo humano e lugares onde a corda deve ou não passar, além das técnicas de como fazer os nós.

Quem define os limites da brincadeira é a pessoa que está a ser amarrada. O casal pode, inclusive, se revezar no jogo erótico. É essencial que haja confiança entre os parceiros, por isso, conversar antes de começar é fundamental.

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